#29 | Newsletter do PSOL de São Paulo

Newsletter do PSOL | 29ª Edição 

Toda semana, no seu e-mail.

Boa leitura!

Coluna do Presidente | Um partido para a cidade de São Paulo

por Gabriel Gonçalves, presidente municipal do PSOL São Paulo

Recentemente viralizou no TikTok uma música que destaca, com humor peculiar, uma série de problemas enfrentados pelos paulistanos todos os dias. A combinação de críticas e denúncias com bom humor e demonstração de carinho pela cidade tem tudo a ver com a identidade de quem vive em São Paulo. Somos um povo trabalhador, intenso e criativo, que acolhe a diversidade, samba, forrozeia, rima e recita. Festejamos a vida e encontramos – mesmo com a dureza que é viver a selva de pedra – muitos motivos para sorrir. Somos orgulhosos da nossa terra e temos mesmo muitos motivos para isso. 

Mas nem tudo são flores. Apesar de ter o 4º maior orçamento à disposição no país em 2025 – ficando à frente mesmo de governos estaduais como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – e ser um polo acadêmico importante, que conta com universidades de ponta como a USP, que hoje figura como a segunda melhor universidade da América Latina, São Paulo enfrenta uma sucessão de governos chefiados por políticos pequenos que não estão à altura da cidade e que não representam os interesses da maioria do povo paulistano.

Leia na íntegra aqui.

Cantor com 7 ouvintes no Spotify recebeu quase R$ 1 milhão da gestão Nunes

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito civil para investigar os pagamentos feitos pela Prefeitura de Ricardo Nunes ao cantor Davi Goulart, primo do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Goulart. Segundo as apurações, os repasses chegam a cerca de R$ 880 mil. O escândalo envolvendo o assunto fica maior, sobretudo porque o cantor tem apenas sete ouvintes mensais no Spotify.

As contratações ocorreram entre 2022 e 2024, sem licitação, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, comandada à época por Aline Torres. Os pagamentos foram feitos por meio de contratos diretos, que dispensam processo de licitação quando o contratado é considerado “consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”. Esse foi o argumento usado pela gestão municipal para justificar os shows de Davi Goulart em eventos organizados pela Prefeitura – um cantor, é bom lembrar, praticamente desconhecido.

Entenda esse escândalo aqui.

Revisão tarifária da Sabesp após privatização pode aumentar contas de água em até 12%

A Sabesp se prepara para realizar, em dezembro deste ano, a primeira revisão tarifária desde sua privatização. O processo, conduzido pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), poderá resultar em um aumento de até 12% no valor das contas de água e esgoto para a população de São Paulo a partir de janeiro de 2026 — uma mudança que terá grande impacto no bolso dos trabalhadores e das famílias paulistas.

O aumento ocorre pouco tempo após o avanço do processo de privatização da Sabesp — entrega ao capital privado que, segundo especialistas, já tinha como previsão um aumento agressivo das tarifas para o cidadão consumidor. Trata-se de um ajuste anterior à revisão tarifária completa, prevista apenas para 2029. Ou seja, novos aumentos poderão ocorrer nos próximos anos, consolidando uma tendência de repasse dos custos ao consumidor. Famílias de baixa renda, pequenos comércios e usuários essenciais devem ser os mais afetados.

Saiba mais sobre esse ataque aos trabalhadores aqui.

Falhas na rede de água e esgoto em SP atingem o maior nível desde 2020

São Paulo registrou em 2025 o maior número de falhas na rede de água e esgoto da Sabesp desde 2020. Segundo relatório divulgado, interrupções, vazamentos e interrupções de serviço tiveram um crescimento significativo, afetando bairros da capital e da Grande São Paulo. As falhas vão desde rompimentos de tubulações até quedas no abastecimento, trazendo transtornos para residências, comércios e serviços públicos. O aumento ocorre justamente no momento seguinte ao da privatização da Sabesp, cujas consequências já eram alertadas pelo PSOL.

Dados indicam que o volume de ocorrências mensais tem superado as médias históricas, com bairros periféricos sendo os mais atingidos. Moradores relatam atrasos no retorno da água, pressão reduzida e queda total do abastecimento por horas ou dias. Também foram registradas falhas de esgoto, com vazamentos em vias públicas e comprometimento de galerias pluviais.

Veja mais sobre essa situação absurda aqui.

Militância do PSOL debate luta contra a incineração de lixo na cidade

Na contramão do debate ambiental e às vésperas da COP 30, a Prefeitura de São Paulo segue insistindo com a política de incineração de lixo. Moradores e movimentos sociais de São Mateus estão em luta desde o ano passado contra a ampliação do aterro sanitário no bairro, também na região de Perus está prevista a construção de unidade de queima de lixo e os movimentos.

Na última terça-feira, 14 de outubro, coordenadores e militantes das regionais do PSOL na capital se reuniram em formato online para socializar informações e discutir iniciativas para serem tomadas frente ao tema. Além do Diretório Municipal a reunião teve representação das regiões Leste 1, Sul 2, Sudeste, Noroeste e Centro.

Saiba o que está em jogo aqui.

São Paulo registra alta de 9% nos casos de feminicídio: 166 vítimas até agosto

O estado de São Paulo registrou um aumento de 9% nos casos de feminicídio em 2025, totalizando 166 vítimas até agosto, segundo dados oficiais. O número representa um recorde histórico e acende um alerta sobre a escalada da violência de gênero no estado. Em média, uma mulher foi morta a cada poucos dias por razões ligadas ao fato de ser mulher.

A maioria dos crimes ocorreu dentro das próprias residências ou em seus arredores, o que evidencia que a violência doméstica continua sendo o principal vetor dessas mortes. Especialistas indicam que o número real pode ser ainda maior, já que parte dos casos não é classificada formalmente como feminicídio, permanecendo registrada como homicídio simples — uma subnotificação que mascara a dimensão do problema.

Entenda esse preocupante cenário aqui.

Erika Hilton aciona Justiça contra tentativa de Tarcísio de cobrar ICMS sobre gorjetas em SP

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) ingressou com ação junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para suspender a iniciativa do governo estadual que pretende tributar gorjetas, com base no cálculo do ICMS no estado. A medida, proposta pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), transforma valores espontâneos dados por clientes a empregados em um imposto estadual, o que representa mais um peso no bolso para os trabalhadores de bares, restaurantes e outros serviços.

Na ação, Erika argumenta que a incidência do ICMS sobre gorjetas viola princípios constitucionais — como a isonomia, a capacidade contributiva e a própria natureza da gorjeta, que se configura como parcela vinculada ao salário ou à relação de trabalho. Tributar esse valor, segundo a deputada, significa onerar rendimentos que já foram concedidos diretamente pelos consumidores, penalizando categorias que recebem baixos salários.

Entenda essa luta aqui.

Cultura | Os versos de Luiza Romão: performance poética que une palavra, corpo e memória na Sala SP

No próximo dia 23 de outubro (quinta-feira), às 19h, a Estação Motiva Cultural da Sala São Paulo recebe “Os versos de Luiza Romão”, espetáculo que atravessa a poesia e performance de uma grande autora contemporânea brasileira. A poeta, atriz e slammer apresenta suas criações mais pessoais, bem como obras que a influenciaram, em uma sessão mediada pela jornalista Maria Fernanda Rodrigues. A entrada é gratuita.

Luiza Romão é autora de livros como Sangria (selo Doburro), Também guardamos pedras aqui (Editora Nós, vencedor do Prêmio Jabuti de Poesia e Livro do Ano) e Nadine (Editora Quelônio). Graduada em Artes Cênicas e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP), ela também atua como pesquisadora no campo da poesia performática.

Saiba mais informações sobre a apresentação aqui.