Justiça por Ngange Mbaye! A PM de São Paulo opera a violência como projeto político
- imprensa5967
- 16 de abr.
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Assassinato de comerciante senegalês revolta população e expõe política de morte de Tarcísio e Derrite

Na última semana, o comerciante senegalês Ngange Mbaye foi brutalmente assassinado por um policial militar no centro de São Paulo. O crime aconteceu durante uma abordagem violenta da PM, quando o trabalhador, que vendia mercadorias na rua para sustentar sua família, foi alvejado por vários tiros após resistir. Ngange, que deixou a esposa grávida de 7 meses, foi mais uma vítima da violência racista da PM de Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, que segue matando a população negra e imigrante com a conivência e o silêncio de autoridades.
Mbaye vivia no Brasil há mais de uma década, era pai de três filhos e sustentava sua família com o comércio informal. Como tantos outros trabalhadores negros e imigrantes, enfrentava o cotidiano de repressão, perseguição e ausência de direitos. A ação policial que resultou em sua morte escancara o desprezo com que essas vidas são tratadas. Não se trata de um caso isolado, mas de uma política de segurança pública que tem na violência, no racismo e na criminalização da pobreza seus pilares centrais.
A violência focalizada da polícia militar é, sobretudo, um projeto político. O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite são responsáveis pelas ações da Polícia Militar do Estado, que atua com autorização e respaldo para agir com brutalidade nas ruas. Em São Paulo, a repressão contra os trabalhadores ambulantes também é parte da chamada “Operação Delegada”, programa conduzido em parceria entre a Prefeitura e a PM, sob o comando do prefeito Ricardo Nunes.
O assassinato gerou revolta e mobilização da comunidade senegalesa, que organizou protestos no centro da capital exigindo justiça. Em meio à comoção, um episódio lamentável revelou mais uma face do autoritarismo do poder público paulistano: a vereadora Luana Alves (PSOL), convidada pela comunidade senegalesa para acompanhar uma reunião com o Cônsul de Senegal, foi impedida de participar do encontro pelo vice-prefeito Ricardo Nunes. Mesmo sendo uma autoridade pública eleita e representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, Luana foi barrada arbitrariamente, em mais um gesto de desrespeito institucional e racismo estrutural.
O PSOL se soma à dor e à luta da comunidade senegalesa, e também de todos os comerciantes da região do Brás. Seguiremos exigindo justiça por Ngange Mbaye, responsabilização dos policiais envolvidos, e o fim da política genocida que mata negros, pobres e imigrantes nas periferias e centros urbanos do país. É preciso pôr fim à lógica da violência como resposta do Estado à desigualdade. Vidas negras importam — e a vida de Ngange Mbaye importa.
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