29ª Parada LGBT+ SP reforça dignidade e visibilidade ao discutir envelhecimento

Com o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, evento reuniu milhões nas ruas, entre festa e bandeiras por direitos e justiça

No domingo (22), a maior Parada LGBT do mundo — realizada na Avenida Paulista — debateu um tema pouco abordado até então: o envelhecimento da população LGBTQIA+. O evento uniu a celebração ao protesto político, levando à tona pautas urgentes por políticas públicas acolhedoras para pessoas LGBT+ idosas.

O tema “Memória, Resistência e Futuro” foi destaque desde o início, com apresentações emocionantes: nos carros de som, a drag Helena Black e integrantes da Associação EternamenteSOU, que atua pela dignidade das pessoas LGBT+ a partir dos 50 anos, deram voz ao sentimento coletivo.

O escritor ativista João Silvério Trevisan, de 80 anos, alertou para o recrudescimento do fascismo no Brasil e internacional, reivindicando a formação de uma frente antifascista nacional. Personagens como Tarsila Rennier, mulher trans, relataram o desafio de envelhecer com respeito — exigindo espaços que acolham corpos LGBTQIA+ em todas as fases da vida.

A mobilização, estimada entre 3 e 4 milhões de pessoas, contou também com performances artísticas, blocos específicos (como o da infância trans), e shows de Pedro Sampaio, Pepita e Banda Uó. Vale destacar o significado político dos leques na marcha — símbolo de autoridade ao dignificar corpos que envelhecem.

O evento reforçou a conexão entre pautas LGBTQIA+ e trabalhistas, com bandeiras pelo fim da escala 6×1: o presidente da UGT destacou a importância do tempo de vida para o bem-estar dos trabalhadores.

O PSOL esteve presente, com sua militância, dirigentes e parlamentares, somando-se à campanha por envelhecimento digno, por moradia e assistência a pessoas trans idosas, pela visibilidade e políticas públicas inclusivas. A pauta sinaliza um novo horizonte: uma comunidade que não se apaga com o tempo, exige reconhecimento e exige respeito em todas as fases da vida.