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Ato “Despejo Zero” reúne milhares em São Paulo contra remoções e especulação imobiliária

  • imprensa5967
  • 12 de jun.
  • 2 min de leitura

Movimentos de moradia denunciam despejos, violência policial e imóveis vazios; PSOL destaca urgência da moradia como direito e a necessidade de política pública consistente

Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo
Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Na tarde de 11 de junho, cerca de 10 mil pessoas ocuparam as ruas do centro de São Paulo em um ato convocado pela Campanha Despejo Zero, denunciando as remoções forçadas, cada vez mais intensas no estado e capital, a violência policial e a especulação imobiliária que ameaça meio milhão de pessoas no estado. A mobilização da cidade, composta por moradores de favelas e ocupações, movimentos sociais, sindicatos e também parlamentares e a militância do PSOL, reforçou a recusa às práticas higienistas dos governos municipal e estadual.


A concentração iniciou-se por volta das 14h na Praça da República, com caminhada que passou em frente à Prefeitura de Nunes, à Secretaria de Segurança Pública de Tarcísio e Derrite, ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça. Em cada parada, uma comissão entregou ofícios com reivindicações concretas: suspensão das reintegrações, garantia de políticas habitacionais e respeito aos territórios ocupados.


Segundo o mapeamento da Campanha Despejo Zero SP, mais de 126 mil famílias estão sob ameaça de despejo — o equivalente a cerca de meio milhão de pessoas, sendo 334 mil mulheres negras. A maioria vive em ocupações organizadas e comunidades há anos, como o Jardim Pantanal (4.500 famílias), Areião, Queixadas, Favela do Moinho, entre outras.


No ato, destacou-se a denúncia da violência policial recorrente durante reintegrações — com uso de bombas de gás, balas de borracha e abordagens agressivas a moradores, inclusive crianças. A intervenção militarizada, além de ferir direitos fundamentais, reforça a ideologia da higienização urbana, que privilegia os interesses das grandes construtoras em detrimento da vida dos mais vulneráveis. 


Nas falas do ato, lideranças como Benedito Barbosa (UMM) e Felipe Vono (MTST) enfatizaram que a única alternativa justa é a interrupção imediata das remoções sem garantias de reassentamento e a implantação de políticas estruturantes. Os movimentos anunciaram um calendário de mobilizações, com manifestações em diversos pontos da cidade no próximo período.


O PSOL reafirma que a moradia é direito constitucional inscrito na dignidade humana. O ato “Despejo Zero” marca uma jornada de mobilização contínua em defesa da cidade e do povo sem teto.

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