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Ato no Brás marca 90 dias da morte de Ngange Mbaye e reforça luta pelo fim da Operação Delegada

  • imprensa5967
  • 11 de jul.
  • 2 min de leitura

Manifestação no local do assassinato denunciou violência institucional contra ambulantes e reafirmou a exigência de direitos, justiça e regularização do comércio informal

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Na manhã da última sexta-feira (11 de julho), centenas de pessoas se reuniram na Rua Joaquim Nabuco, 90, no bairro do Brás, para marcar os 90 dias desde o assassinato do ambulante senegalês Ngagne Mbaye e exigir o fim da Operação Delegada, convênio entre prefeitura e governo estadual que permite atuação da Polícia Militar em fiscalizações de ambulantes.


O ato, convocado por entidades como o Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, associações de ambulantes e movimentos de migrantes, aconteceu exatamente no local onde Mbaye foi executado durante abordagem policial, com objetivo de simbolizar o não esquecimento do brutal assassinato do comerciante. A concentração teve início às 9h30, e as falas denunciavam a escalada de violência institucional que afeta trabalhadores informais, especialmente negros e imigrantes.


Entre os destaques, ativistas lembraram que a morte de Ngange em abril foi seguida do assassinato de Edineide Aparecida Rodrigues, outra ambulante, que denunciava extorsões no Brás. Ambas mortes ilustram o cenário de militarização do espaço público.


A manifestação exigiu justiça por Ngange Mbaye, com investigação transparente e responsabilização dos envolvidos; fim imediato da Operação Delegada, considerada um “bico institucionalizado da PM”; e Implementação de políticas públicas de regularização e inclusão dos ambulantes no comércio formal, como defendem propostas em tramitação legislativa.


A vereadora Luana Alves (PSOL-SP) participou das falas, reafirmando o mandato: “a prefeitura está financiando com verba municipal a repressão a trabalhadores” e afirmou que a operação não pode mais ser reformada — “ela precisa ser extinta”. Ela também anunciou que o mandato encaminhou a proposta de CPI municipal sobre a Operação Delegada na Câmara de São Paulo.


Moradores e trabalhadores imigrantes compartilharam relatos emocionados. Mamadou Ka, representante da comunidade senegalesa, destacou: “mataram Ngange, mas a família dele também foi assassinada”. Ele pediu que a morte não seja esquecida e clamou por justiça.


O evento reafirmou que a luta contra a Operação Delegada é parte de uma agenda maior: defesa contra a militarização do espaço público e criminalização da pobreza, e luta por política pública de direito ao trabalho. Paralelamente ao ato, entidades seguem articulando com defensoria pública e Ministério Público para assegurar continuidade das investigações.

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