Bancada Feminista aprova Frente Parlamentar da Juventude Negra e Periférica na Câmara de SP
- imprensa5967
- 13 de nov.
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Nova frente fortalece debates sobre políticas públicas para jovens da quebrada e amplia participação popular no legislativo paulistano

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra e Periférica, uma iniciativa apresentada pela Bancada Feminista do PSOL. A aprovação marca um avanço importante na luta por políticas públicas voltadas à juventude das quebradas – grupo historicamente afetado pela falta de investimento, pelo racismo estrutural e pela ausência de políticas públicas voltadas para as periferias da capital.
“A partir de hoje, teremos um espaço aqui na Câmara Municipal para discutir o futuro da juventude. Porque estamos cansadas de ver o extermínio dos nossos jovens nas periferias desse país, queremos pensar maneiras de subverter essa lógica. Para a juventude não morrer no fogo cruzado entre polícia e crime organizado, ela precisa de educação, cultura, política pública e orçamento. E é isso que vamos discutir na nossa frente parlamentar. Se você é parte do movimento popular, do movimento negro, faz parte de cursinhos populares ou então é estudante secundarista, esse é um chamado. Vem construir a nossa frente parlamentar”, afirmou a covereadora Letícia Lé, da Bancada Feminista, em vídeo.
A Resolução nº 32/2025, aprovada em Plenário e publicada no Diário Oficial, estabelece as diretrizes da nova Frente. Entre seus objetivos estão o aprofundamento de debates legislativos sobre políticas para a juventude negra e periférica, o monitoramento da execução orçamentária destinada ao setor e a formulação de propostas baseadas em evidências. O texto também aponta áreas prioritárias, como cultura, saúde, lazer, empregabilidade e fortalecimento de equipamentos públicos essenciais, como CCAs e CJs.
Outro foco central da Frente será a educação popular: valorizar sua função formadora, promover diálogo com escolas, conselhos escolares, grêmios estudantis e movimentos negros, e fortalecer políticas educacionais antirracistas. A iniciativa se propõe ainda a identificar fragilidades e potências das políticas atuais, construindo alternativas que enfrentem desigualdades raciais e territoriais de forma concreta.
A Frente terá adesão voluntária de vereadoras e vereadores, e contará também com participação de representantes da sociedade civil como membros colaboradores – incluindo movimentos sociais, educadores, estudantes e pesquisadores. Na primeira reunião, serão definidos o regimento interno, a duração dos mandatos internos e o plano de trabalho. A partir daí, o grupo poderá produzir relatórios, organizar debates públicos, seminários e atividades de formação.
Ao aprovar a Frente Parlamentar da Juventude Negra e Periférica, a Câmara ganha um espaço institucional para enfrentar desigualdades profundas que atingem a juventude paulistana preta e periférica. A iniciativa reforça a importância de políticas públicas construídas de forma coletiva e coloca a periferia no centro da agenda legislativa e do orçamento público – onde sempre deveria ter estado.



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