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Favela do Moinho sofre repressão violenta da PM em meio a processo de remoção forçada

  • imprensa5967
  • 15 de mai.
  • 2 min de leitura

Moradores resistem às demolições e cobram solução negociada; deputadas do PSOL foram agredidas e sitiadas pela Polícia Militar durante ação repressiva


Foto: ASCOM/Ediane Maria
Foto: ASCOM/Ediane Maria

A Favela do Moinho, uma das últimas comunidades remanescentes do centro de São Paulo, tem sido alvo de uma ofensiva violenta por parte do governo estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que insiste na remoção forçada de seus moradores. Nos últimos dias, a Polícia Militar intensificou o cerco à comunidade, com demolições abruptas, repressão e intimidação.


Durante as ações, as deputadas estaduais Ediane Maria e Paula da Bancada Feminista, ambas do PSOL, foram vítimas diretas da violência policial. As parlamentares foram empurradas e ficaram em meio às balas de borracha, spray de pimenta e bombas lançadas pelos policiais, ficando sitiadas dentro da comunidade enquanto tentavam mediar o conflito e proteger o direito dos moradores. A truculência da PM escancarou mais uma vez o autoritarismo com que o governo de São Paulo trata os mais pobres.


Mesmo com o anúncio do presidente Lula, que suspendeu a cessão do terreno da União ao governo estadual para impedir as remoções, a gestão Tarcísio segue avançando com demolições ilegais e ações de repressão. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a Polícia Militar mantiveram as operações, desconsiderando a decisão federal.


Em resposta à pressão dos moradores e de parlamentares, os governos federal e estadual anunciaram um novo plano de reassentamento. O acordo prevê que as mais de 800 famílias da favela receberão R$ 250 mil para a compra de um novo imóvel onde desejarem, sendo R$ 180 mil do programa Minha Casa Minha Vida e R$ 70 mil do programa Casa Paulista. Além disso, o auxílio-aluguel foi reajustado de R$ 800 para R$ 1.200 mensais, com R$ 400 provenientes do governo federal.

O ministro das Cidades, Jader Filho, ressaltou que o acordo só será mantido se cessarem as ações violentas por parte do governo estadual. "Se houver violência, inviabiliza qualquer diálogo", afirmou.


O PSOL repudia veementemente a política de remoções forçadas sem diálogo e a repressão policial contra comunidades e parlamentares eleitas. A Favela do Moinho é símbolo de resistência urbana e de luta por moradia digna no centro de São Paulo. Tratar sua população com violência e desprezo revela a face autoritária de um governo que opta por militarizar a exclusão social em vez de construir soluções com participação popular.


Seguiremos ao lado dos moradores do Moinho, exigindo respeito, escuta e justiça. Não aceitaremos remoções à força nem o silenciamento de vozes populares por cassetetes e bombas. A luta pelo direito à moradia continua.

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