Nunes anuncia desapropriação de cinco quarteirões na Zona Sul para retomar projeto urbano de 1968
- imprensa5967
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Ao menos 100 imóveis na região da Vila Olímpia poderão ser afetados pela intervenção proposta pelo atual prefeito

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), apresentou um plano de desapropriação que envolve cinco quarteirões da Vila Olímpia, na zona sul da capital. O objetivo é retomar um projeto urbano iniciado em 1968, segundo as informações divulgadas pela própria administração municipal.
A ação municipal prevê que ao menos 100 imóveis localizados em vias como Rua Olimpíadas e Rua Manoel da Nóbrega sejam desapropriados. A justificativa oficial é a implantação de um “novo desenho urbano” (de quase 60 anos atrás) que supostamente “melhoraria o trânsito, ampliaria espaços de convivência e alteraria a malha de circulação da região” – com o ônus de pessoas perdendo suas próprias casas.
Moradores e proprietários das construções afetadas expressam preocupações com os critérios de indenização, os prazos de desocupação e a transparência sobre o destino dos terrenos após o processo. Parte dos imóveis são residenciais ou abrigam pequenos negócios que operam no local há décadas. A Prefeitura informou que o valor final das indenizações será definido judicialmente, conforme o processo de desapropriação avançar.
Esse projeto na Vila Olímpia, que remonta a 1968, tinha como proposta original intervenções urbanísticas que não chegaram a ser totalmente implementadas. Agora, passados 57 anos, a gestão municipal retoma o desenho com base numa nova intervenção. Esse fato levanta questões óbvias sobre a adequação contemporânea do plano e as garantias de que os direitos urbanísticos e de moradia sejam protegidos, mas também a respeito dos interesses privados por trás dessa “revitalização” na região.
A tramitação ainda depende de laudo técnico, estudo de impacto urbanístico e ambiental, e de definição formal dos quarteirões que sofrerão intervenção. Enquanto isso, a falta de informação clara gera apreensão na comunidade local. A Prefeitura afirma que realizará diálogo com a sociedade, mas moradores dizem que o anúncio é intempestivo e que ainda não foram chamados para discussões específicas.



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