86% das “escolas de lata” da Grande São Paulo funcionam sem laudo dos bombeiros e colocam vidas em risco

Parcerias público-privadas não garantem segurança: escolas modulares metálicas sem licenciamento expõem crianças e funcionários da educação

Uma investigação recente revelou que 86% das escolas de lata — aquelas construídas com estrutura metálica e consideradas emergenciais — funcionam sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Em números: 38 das 44 unidades inspecionadas na região metropolitana da capital paulista operam sem esse laudo básico de segurança, exigido por lei para qualquer estabelecimento de educação.

Apesar de terem sido criadas como solução provisória, muitas dessas escolas nunca foram substituídas, perpetuando ambientes com condições degradantes: calor extremo no verão, frio no inverno e infraestrutura precária. A falta de vistoria dos bombeiros indica que os responsáveis educacionais — o governo Tarcísio,  secretarias de Educação, as prefeituras da região metropolitana e os consórcios contratados por elas — deixaram de cumprir normas de segurança essenciais, colocando vidas em risco silenciosamente.

Do ponto de vista institucional, isso representa abandono escolar e descaso público. A escola não pode ser um lugar onde se minimiza o risco à integridade física de crianças. O Estado tem o dever constitucional de garantir ambientes seguros para ensino e aprendizado — não se trata apenas de atender normas, mas de proteger vidas.

É necessário vistoria completa, possível suspensão de atividade até regularização, transição urgente para construções adequadas e responsabilização transparente das prefeituras e do governador Tarcísio, uma vez que tudo acontece sob vista grossa da sua gestão. O caso das escolas de lata escancara que áreas empobrecidas são invisibilizadas e continuam em estruturas precárias, que colocam em risco as populações mais vulneráveis.