Boulos defende transição para pequenos empresários no fim da escala 6×1 e ataca "terrorismo econômico"
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Ministro compara grandes corporações a "joio" e cobra que privilegiados abram mão de lucros extraordinários pelo direito ao descanso

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, afirmou ser necessário um período de transição para micro e pequenos empresários na discussão sobre o fim da escala de trabalho 6×1. O ministro ainda defendeu que é preciso garantir a "sustentabilidade do negócio" dos pequenos empreendedores junto à aprovação da redução das jornadas de trabalho em todo o Brasil, sem redução salarial.
A proposta de transição também veio acompanhada de uma dura crítica às mega empresas, beneficiárias de grandes isenções e com lucros altíssimos. Boulos afirmou que é preciso “separar o joio do trigo”, diferenciando o pequeno empresário — como o dono de uma funilaria com dois trabalhadores ou de um barzinho com três ou quatro — dos gigantes corporativos.
O ministro ressaltou que 70% dos empregos no Brasil vêm de pequena e média empresa, justificando a necessidade de construir uma adaptação para esse setor.
Críticas aos "lucros extraordinários"
Boulos ainda atacou o "terrorismo econômico" praticado por grandes empresários, multinacionais e banqueiros. “Grande empresa, multinacional, banqueiro que fica chorando de barriga cheia. Como diz Zeca Pagodinho: ‘É a coisa mais feia’. Ganham lucros extraordinários e não conseguem garantir mais um, dois dias de descanso para o trabalhador?”, questionou.
O ministro completou a crítica em defesa do direito ao descanso, sentenciando: "A escravidão acabou". Para Boulos, o governo "tem condições de acabar com a escala 6 x 1", mas isso exige que "os privilegiados vão ter que abrir mão de algumas coisas". O foco da política deve ser a garantia de melhores condições de vida para o trabalhador, cujo tempo de lazer e convívio social é arrancado pela abusiva jornada atual.



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