top of page

Breque dos Apps: trabalhadores de aplicativo realizam paralisação na capital

  • imprensa5967
  • 7 de abr.
  • 3 min de leitura

Classe reivindica valor mínimo por corrida de R$ 10; aumento da remuneração por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50; limitação da atuação das bicicletas a um raio máximo de 3km; e o fim das coletas duplas e triplas.



Nos dias 31 de março e 1º de abril, entregadores de aplicativos organizaram o histórico “Breque dos Apps”, uma paralisação nacional que mobilizou trabalhadores em pelo menos 18 capitais brasileiras. Organizado pela própria categoria, o movimento denunciou as condições cada vez mais precárias impostas pelas plataformas e cobrou respostas concretas das empresas e do poder público. A greve teve ampla repercussão nas ruas, nas redes e na imprensa, demonstrando a força e a organização dos entregadores.


O movimento teve como principal orientação o boicote aos aplicativos de entrega durante os dois dias de greve. A mobilização contou com atos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Recife, entre outras. Em diversas localidades, houve bloqueios nas portas de centros de distribuição e diálogo direto com a população, explicando os motivos da paralisação.


As reivindicações apresentadas diante da realidade enfrentada pela categoria são as seguintes:


Reajuste da taxa mínima por entrega de R$ 6,50 para R$ 10;


Aumento da remuneração por quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,00;


Limitação do raio de atuação das bicicletas a 3 km;


Fim das coletas duplas e triplas, que sobrecarregam os entregadores sem acréscimo proporcional na remuneração.


Além dessas pautas econômicas, o movimento também cobra transparência nos algoritmos das plataformas, a criação de um canal efetivo de escuta com os trabalhadores e o reconhecimento formal da relação de trabalho, com direitos e garantias mínimas. Os entregadores destacam que, apesar de serem essenciais para o funcionamento das cidades, seguem sem vínculo empregatício, sem previdência, sem seguro, e com remunerações cada vez mais achatadas.


O PSOL São Paulo apoia profundamente a mobilização desses trabalhadores, e cerra as fileiras ao lado destes. Desde o início do movimento, parlamentares do partido se colocaram à disposição para dialogar com os trabalhadores, denunciar a exploração das big techs e cobrar medidas concretas por parte do poder público. O mandato da deputada estadual Luciene Cavalcante, por exemplo, já levou à Alesp iniciativas em defesa dos entregadores. Da mesma forma, parlamentares do PSOL no Congresso têm atuado para que a regulamentação do trabalho por aplicativo seja feita com protagonismo da categoria e com foco na proteção dos trabalhadores, não nos interesses das empresas.


Para JR Freitas, uma das principais lideranças do movimento, “as manifestações são um passo para conscientizar a população e pressionar as empresas, que têm a obrigação de abrir negociações. O governo federal e o Congresso precisam regulamentar a atuação das big techs e garantir direitos básicos para os entregadores.”


O PSOL reitera que a luta dos entregadores é uma luta de toda a classe trabalhadora. A precarização das condições de trabalho não é exceção: ela é parte do modelo econômico imposto pelas plataformas digitais, que lucram bilhões enquanto transferem os riscos e os custos para os trabalhadores. Combater essa lógica é um compromisso que o PSOL assume nas ruas e nas instituições.


A mobilização da última semana é histórica. Os entregadores estão se organizando, resistindo e exigindo respeito. O PSOL São Paulo seguirá ao lado dessa luta — por justiça, por dignidade, por direitos.

Comments


bottom of page