Cantor com 7 ouvintes no Spotify recebeu quase R$ 1 milhão da gestão Nunes
- imprensa5967
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Ministério Público abre inquérito para investigar contratações do cantor Davi Goulart, primo de secretário municipal de São Paulo

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito civil para investigar os pagamentos feitos pela Prefeitura de Ricardo Nunes ao cantor Davi Goulart, primo do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Rodrigo Goulart. Segundo as apurações, os repasses chegam a cerca de R$ 880 mil. O escândalo envolvendo o assunto fica maior, sobretudo porque o cantor tem apenas sete ouvintes mensais no Spotify.
As contratações ocorreram entre 2022 e 2024, sem licitação, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, comandada à época por Aline Torres. Os pagamentos foram feitos por meio de contratos diretos, que dispensam processo de licitação quando o contratado é considerado “consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”. Esse foi o argumento usado pela gestão municipal para justificar os shows de Davi Goulart em eventos organizados pela Prefeitura – um cantor, é bom lembrar, praticamente desconhecido.
Segundo informações do Portal da Transparência, os valores pagos foram distribuídos em diferentes contratos, todos para apresentações musicais em eventos públicos. O cantor foi contratado para festas de bairro e quermesses municipais, com cachês que variavam de R$ 20 mil a R$ 50 mil por apresentação.
O caso passou a ser investigado após denúncias, incluindo a do PSOL, revelarem o vínculo familiar entre Davi e Rodrigo Goulart. O secretário é uma figura próxima do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e, segundo o MP, a relação pode indicar possíveis favorecimentos e irregularidades nos contratos.
Com a abertura do inquérito, o Ministério Público vai analisar os documentos das contratações, os critérios usados para dispensar a licitação e a eventual ocorrência de favorecimento. O órgão também vai apurar a responsabilidade de servidores e gestores envolvidos na assinatura dos contratos.
A Prefeitura de São Paulo informou, em nota, que “todas as contratações seguiram a legislação vigente e que está à disposição do Ministério Público para prestar esclarecimentos”, mas não deu mais detalhes para confirmar isso. O caso agora segue sob investigação.
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