São Paulo registra alta de 9% nos casos de feminicídio: 166 vítimas até agosto
- imprensa5967
- 16 de out.
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Estado atinge número recorde de assassinatos de mulheres; dados expõem falhas estruturais na prevenção e proteção às vítimas

O estado de São Paulo registrou um aumento de 9% nos casos de feminicídio em 2025, totalizando 166 vítimas até agosto, segundo dados oficiais. O número representa um recorde histórico e acende um alerta sobre a escalada da violência de gênero no estado. Em média, uma mulher foi morta a cada poucos dias por razões ligadas ao fato de ser mulher.
A maioria dos crimes ocorreu dentro das próprias residências ou em seus arredores, o que evidencia que a violência doméstica continua sendo o principal vetor dessas mortes. Especialistas indicam que o número real pode ser ainda maior, já que parte dos casos não é classificada formalmente como feminicídio, permanecendo registrada como homicídio simples — uma subnotificação que mascara a dimensão do problema.
O aumento acontece em um contexto de deficiências conhecidas na rede de proteção: delegacias da mulher com equipes reduzidas, medidas protetivas que não são devidamente fiscalizadas e falta de vagas em abrigos para mulheres em situação de risco. A insuficiência de políticas públicas locais e estaduais de prevenção também contribui para o cenário de vulnerabilidade.
Na capital e na Grande São Paulo, regiões periféricas concentram uma parcela significativa dos casos. Nessas áreas, a presença do poder público costuma ser limitada, e os serviços de apoio e denúncia são mais escassos. Organizações que atuam na defesa dos direitos das mulheres têm alertado há anos para a necessidade de políticas integradas e investimentos contínuos em prevenção e acolhimento.
Apesar de existirem leis como a Maria da Penha e o agravante de feminicídio no Código Penal, a efetividade dessas normas depende da atuação coordenada entre polícias, Judiciário e órgãos de assistência social. O aumento dos casos mostra que essa integração ainda não acontece de forma adequada.
Os dados reforçam a urgência de respostas mais efetivas por parte do governo estadual e das prefeituras, tanto na prevenção quanto na proteção das vítimas. A escalada dos feminicídios não se resolve apenas com legislação; requer políticas estruturais, orçamentos adequados e execução constante para evitar que novas vidas sejam perdidas.



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