Trump impõe tarifa de 50 % ao Brasil: ataque à nossa soberania com articulação dos Bolsonaro

Medida foi chantagem política articulada em conluio com clã Bolsonaro, ameaça autonomia e exige resposta firme do Brasil e da esquerda

Foto: Alan Santos

Em mais um ato como “xerife do mundo”, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou que a partir de 1º de agosto aplicará uma tarifa de 50 % sobre todas as importações brasileiras para os EUA. A “justificativa” apresentada é uma suposta retaliação ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de Golpe de Estado, considerado por Trump uma “caça às bruxas”, além de críticas ao STF por medidas contra plataformas digitais como o X e também mentiras – como é de praxe do estadunidense –, como a desculpa de que a balança comercial entre os dois países representasse um prejuízo para os Estados Unidos.

Isso é falso. Os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil (dados de 2024 indicam US$ 6,8 bi), portanto não há desequilíbrio nesta balança comercial. É mais um capítulo da escalada de uso de tarifas como ferramenta política — a chamada “guerra tarifária” de Trump — que supera qualquer limite no comércio internacional.

Mais grave, porém, é a natureza política e imperialista dessa ação. Trump agiu em conluio com Bolsonaro, interferindo em um caso interno brasileiro e tentando influenciar o curso da justiça nacional. O episódio é um ataque direto à soberania do Brasil, ao tentar ditar os rumos de nosso sistema jurídico e político .

O presidente Lula reagiu com firmeza, anunciando que o Brasil se prepara para equiparar as tarifas via lei de reciprocidade econômica. É inadmissível que lideranças públicas — como Bolsonaro — sirvam de ponte para ataques à nossa autonomia. 

A tarifa de 50 % imposta por Trump é, em essência, uma agressão: invade, interfere, fere a nação brasileira, em uma articulação direta do clã Bolsonaro com a extrema-direita global. Essa conjuntura econômica global exige reafirmarmos: o Brasil é um país soberano. Que Lula faça valer a Lei da Reciprocidade se assim necessário, e realize a articulação mais adequada junto à OMC.