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Coluna do Presidente | Guilherme Boulos como Ministro do Governo Lula: o que está em jogo?

  • imprensa5967
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O PSOL sempre cumpriu ao longo da sua história um papel importantíssimo na disputa de corações e mentes do povo brasileiro e, mais recentemente, na defesa e fortalecimento da nossa democracia. Porém, desde 2022, assumimos um desafio que colocou uma nova perspectiva de atuação para toda a militância psolista no país: participar ativamente do governo Lula e contribuir com a implementação de suas políticas. O simbolismo mais evidente deste momento se deu inicialmente com a histórica nomeação de Sônia Guajajara para o Ministério dos Povos Indígenas, sendo a primeira a ocupar a pasta recém-criada, e mais recentemente com a nomeação de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência da República - pasta com status de Ministério que tem a responsabilidade de articular o governo com as bases, movimentos sociais, juventude, além de aproximar o governo do povo. 


É verdade que os novos tempos trouxeram consigo uma série de contradições e novos paradigmas. Mas o cenário de estruturação, fortalecimento e enraizamento da extrema-direita no Brasil e no mundo chamou o PSOL e toda a esquerda brasileira para a responsabilidade histórica de construir alianças democráticas que tenham como propósito derrotar o fascismo nas urnas e nas ruas, combinando atuação institucional com a disputa nos territórios. Por isso, o PSOL nunca foi um partido indiferente a este governo Lula. Pelo contrário: sempre trabalhamos para que o governo fosse bem-sucedido, entendendo que um eventual fracasso fortalece o projeto fascista ainda capitaneado pela família Bolsonaro, mesmo que estes não vivam seu melhor momento. Boulos, portanto, chega ao Palácio do Planalto com a missão de contribuir de forma ainda mais intensa com este processo, algo que o momento histórico exige do PSOL. Com o espectro do fascismo rondando o Brasil, não há espaço para vacilações. 


Boulos não chega ao governo como burocrata, mas como um importante quadro articulador e organizador da esquerda brasileira. Ainda como militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos foi um dos responsáveis por dirigir o processo de reorganização do campo progressista no Brasil após os ataques que utilizaram de instrumentos jurídicos e midiáticos - como os processos do "Mensalão” e Operação Lava-Jato – para promover uma verdadeira criminalização da esquerda. Um feito sem dúvidas muito relevante e que não pode ser esquecido, mas suas contribuições também avançaram para a institucionalidade e ajudaram o PSOL a melhorar seus desempenhos eleitorais. 


Com Guilherme como candidato à Presidência da República, em 2018, nós denunciamos com muita potência o perigo Bolsonaro daquela eleição, confrontando o então deputado federal quando nenhuma outra candidatura o enxergava com relevância. Para além disso, levamos as mensagens e propostas do PSOL para o Brasil e o resultado foi expressivo: dobramos a nossa bancada federal de 5 deputados (2015-2018) para 10 deputados (2019-2022). O maior crescimento da história da nossa bancada federal até hoje. O feito se repetiu em 2020. Naquele ano, com Boulos liderando o PSOL na disputa pela prefeitura da maior cidade da América Latina, fizemos história e chegamos ao segundo turno pela primeira vez. A nossa bancada municipal naquela oportunidade saiu de 2 vereadores (2017-2020) para 6 vereadores (2021-2024). Já em 2022, mesmo com a missão de coordenar a campanha do presidente Lula no Estado de SP, numa dura disputa com o bolsonarismo, Boulos foi eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos no Estado, uma marca histórica que foi três vezes superior ao quociente eleitoral – quantidade de votos necessária para que o partido tenha 1 vaga em determinada instância legislativa. 


Guilherme Boulos se doou para o PSOL e produziu uma série de contribuições eleitorais ao nosso partido. 


Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Sua atuação como deputado refletiu a liderança nacional que exerce para o nosso campo político, tendo participado ativamente – ainda no período de transição de governo – da criação da Secretaria Nacional de Periferias, espaço importante de articulação interministerial vinculado ao Ministério das Cidades, responsável por gestar, propor, articular e acompanhar uma série de políticas públicas direcionadas especificamente aos territórios periféricos do Brasil. O Secretário Nacional de Periferias do governo Lula é Guilherme Simões, um militante oriundo do movimento social de luta por moradia e filiado ao PSOL. Boulos também exerceu protagonismo na organização das maiores mobilizações de rua e redes que a esquerda produziu nos últimos anos – como a que denunciava os absurdos da PEC da Bandidagem e pedia a aprovação imediata da isenção de IR para quem recebe até 5 mil reais ao mês - além de também se envolver como parlamentar em uma série de iniciativas relevantes para o país, como o debate e articulação de projeto de lei que garante de direitos aos trabalhadores plataformizados - tendo recebido vasto apoio da categoria –, a relatoria do plano de aquisição de alimentos (PAA) – responsável por fortalecer e apoiar a pequena agricultura familiar, combater a fome e lançar o Programa Cozinha Solidária –, a estatização da empresa de indústria bélica AVIBRAS – reforçando a soberania brasileira em assuntos de defesa e segurança nacional –, além de uma série de outros projetos e debates. 


Agora, é chegada a hora de ter Guilherme Boulos usando todo o seu potencial e experiência para liderar a articulação daqueles que produzem luta política e disputa de consciência em nosso país, os movimentos sociais, com o governo federal. Levar as ações do governo para as bases onde hoje a maior representação de atenção, cuidado, solidariedade e acolhimento são as igrejas neopentecostais. 


Os socialistas não devem desprezar a necessidade de combinar o trabalho de base com a atuação institucional. A disputa permanente das mentes e corações do povo com as entregas concretas que a responsabilidade de governar impõe ao nosso campo. E sobretudo a missão histórica de frear os avanços da extrema-direita no Brasil e no mundo e fazê-los recuar. Isso está em linha com o período histórico que vivemos e com o direcionamento do PSOL como um partido preparado para governar


Guilherme Boulos é a pessoa certa para representar o PSOL e cumprir esta tarefa! 

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