O abismo da desigualdade em SP: 20 anos separam a expectativa de vida entre moradores de bairros ricos e pobres
- imprensa5967
- há 5 horas
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Novo Mapa da Desigualdade 2025 revela que a longevidade da população paulistana é definida pela segregação territorial, com 41 distritos registrando idade média ao morrer inferior a 70 anos

Morar em um bairro de alto padrão em São Paulo garante uma expectativa de vida 20 anos maior do que residir na periferia. O Mapa da Desigualdade de São Paulo 2025, lançado pelo Instituto Cidades Sustentáveis e pela Rede Nossa São Paulo no dia 27 de novembro, expõe o impacto fatal da desigualdade social na capital. O levantamento demonstra que a disparidade na idade média ao morrer entre as áreas mais ricas e as mais pobres atinge duas décadas, um reflexo da brutal segregação territorial da cidade.
Enquanto em Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, a idade média ao morrer é de 82 anos, em Cidade Tiradentes, no extremo da Zona Leste, o indicador cai para apenas 62 anos. Os dados revelam ainda que 41 dos 96 distritos da capital paulista registram idade média ao morrer inferior a 70 anos.
O estudo é um retrato da falta de serviços e infraestrutura nas periferias, que se traduz diretamente na longevidade e na qualidade de vida dos paulistanos.
Outros indicadores de desigualdade extrema
O Mapa 2025, que abrange 12 indicadores essenciais, também destaca outras disparidades críticas.
O distrito de Cidade Tiradentes, além de registrar a menor idade média ao morrer, exibe o maior percentual de gravidez na adolescência, com 11% dos bebês nascidos vivos tendo mães com 19 anos ou menos. No distrito do Jardim Paulista, este indicador cai drasticamente para 0,14%.
A remuneração média do emprego formal também reflete a segregação: o Itaim Bibi registra o maior valor médio, R$ 8.274,57. Já o Pari apresenta o menor, com R$ 1.232,21, uma diferença superior a seis vezes.
Na área de segurança e direitos humanos, o distrito da Sé é o lugar mais violento e com a maior emissão de poluentes atmosféricos da cidade. Em termos de homicídio, a Sé registrou a maior taxa (25,2 óbitos por 100 mil habitantes), enquanto quatro distritos (Consolação, Socorro, Lapa e Vila Sônia) registraram zero.
Outro ponto que revela a desigualdade no acesso à cultura é a falta de equipamentos públicos: 24 distritos da capital paulista não possuem nenhum equipamento público de cultura municipal.



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