10ª Marcha das Mulheres Negras ocupa o Centro de São Paulo com luta por reparação e Bem Viver
- imprensa5967
- 25 de jul.
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Realizada na sexta-feira (25 de julho), a manifestação reuniu milhares de mulheres negras em protesto contra violências estruturais e em defesa da justiça socioambiental

Nesta sexta-feira, a 10ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo ocupou o Centro da capital em um potente ato da Praça da República ao Theatro Municipal, a partir das 17h. Com o lema “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver e contra as violências do Estado”, o ato expressou resistência política e afirmação cultural em uma data emblemática — que celebra Tereza de Benguela e marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino‑Americana e Caribenha.
O evento mobilizou milhares de pessoas e ecoou as principais demandas do Manifesto 2025, que denuncia a exclusão desde a infância — com meninas negras inseridas precocemente no trabalho doméstico — e denuncia a perpetuação da precarização salarial até a velhice. As pautas incluíam reforma tributária justa, taxação dos super‑ricos, jornada de trabalho digna, justiça climática e combate ao genocídio da juventude negra. Ao longo do trajeto, foram lembradas também problemáticas como o racismo ambiental, a ameaça às culturas periféricas (como a intolerância contra o funk) e a luta contra o PL da Devastação.
O ato também trouxe momentos de intervenção cultural urbana: o bloco Ilu Obá de Min, performances do Bando de Teatro Macuas e da Casa Laffond de cultura Ballroom animaram a manifestação. A entrega do manifesto impresso ao longo do percurso simbolizou a articulação política entre presença de rua e exigência institucional por reparações — especialmente moradia digna, soberania alimentar, acesso à terra e justiça urbana.
A marcha reafirmou que as vozes de mulheres negras seguem necessárias e urgentes para a construção de políticas antirracistas, feministas e anticapitalistas. A mobilização também serviu como contraponto ao apagamento institucional, lembrando que a crise climática, a violência econômica e a discriminação racial não podem ser enfrentadas sem reparação coletiva. A 10ª edição da marcha confirmou que, enquanto existirem racismo e desigualdade, haverá resistência.



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