Boulos Ministro: o PSOL e os movimentos sociais na articulação entre povo e governo

Indicação do Presidente Lula representa um avanço histórico para as esquerdas brasileiras e para a articulação entre a sociedade civil e o Estado, que passa a ter o povo no centro

Foto: Ricardo Stuckert

Na última segunda-feira (20), o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo fundamental para um avanço popular e à esquerda do Governo Federal: realizou a indicação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como novo ministro da Secretaria-Geral da República, ministério responsável pela relação do governo com a sociedade civil e os movimentos sociais. A liderança psolista substitui Márcio Macêdo (PT), que ocupava o cargo desde o início desta legislatura. 

Com mais de 20 anos na liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na luta de base alicerçada nas periferias, antes de entrar na institucionalidade e ser o deputado federal de esquerda mais votado no Brasil (com mais de 1 milhão de votos em São Paulo nas eleições de 2022), Boulos é um dos maiores quadros da nova esquerda na América Latina, e sua indicação ao ministério representa uma oportunidade histórica de fortalecer e aprofundar a relação dos movimentos sociais com um governo progressista, colocando o povo brasileiro no centro das decisões políticas, com foco em entregas reais de demandas populares.

A entrada de Boulos no ministério, além de um marco para o PSOL, que de forma inédita passa a ter dois ministros simultaneamente no Governo Lula (Guilherme junta-se a Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas desde o início desta legislatura), também é um movimento fundamental de renovação dentro do campo progressista, que passa a ter uma liderança jovem e bem conectada à lógica das redes dentro do governo e com uma função primordial, que é promover um diálogo efetivo com a população, fortalecendo políticas públicas e a participação popular.

A indicação de Lula ainda representa um passo estratégico para o Governo em uma conjuntura que segue delicada, mas que mudou de ares e hoje se mostra mais favorável ao governo e ao próprio campo progressista. No entanto, o aumento da popularidade de Lula nas pesquisas ainda não representa vitória. O enfrentamento à extrema-direita continua como o maior desafio para as esquerdas em todo o mundo, e a força eleitoral do campo fascista ainda se mostra massiva. Nesse sentido, a presença de Boulos na articulação com a população, mobilizando a sociedade contra essa ameaça à democracia brasileira, será um ponto-chave na conjuntura.

É um orgulho para o PSOL São Paulo ter Boulos assumindo a Secretaria-Geral  da República. Um novo ministro para novos tempos. Uma chance histórica para o PSOL mostrar sua vocação para governar e construir políticas sociais junto ao povo, além de representar um símbolo histórico de amadurecimento e articulação do partido no ano em que completa 20 anos de história. Agora é hora de trabalhar e ampliar as frentes de resistência e enfrentamento ao bolsonarismo e à extrema-direita, sem perder de vista os princípios e nossa coerência, que nos trouxeram até o presente momento e seguem fortalecendo o PSOL.