Diretores afastados voltam às escolas após decisão judicial e mobilização popular
- imprensa5967
- 18 de jul.
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Justiça determina retorno imediato de 25 diretores afastados por critérios frágeis; partido e educadores criticam política autoritária da gestão Nunes

Na última semana, uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou o retorno imediato de 25 diretores escolares afastados pela Prefeitura de São Paulo, suspendendo a exigência obrigatória do curso de requalificação que mantinha os gestores longe das unidades. A liminar, assinada em 10 de julho pelo juiz Renato Augusto Maia, impôs multa diária de R$ 10 mil por servidor em caso de descumprimento.
Embora a SME justifique o afastamento por conta dos índices fracos no IDEB e IDEP, o Tribunal considerou que a medida carece de fundamentação individual, desrespeita o processo legal e atenta contra a continuidade pedagógica das unidades, sobretudo as localizadas em regiões periféricas.
O PSOL, junto ao sindicato SINESP e demais entidades da área da Educação, denunciou o movimento como um ato autoritário e centralizador da gestão do prefeito Ricardo Nunes, que prejudica a autonomia das escolas e atropela vínculos construídos lentamente com professores, estudantes e famílias. O partido reforça que essas nomeações – pautadas por resultados padronizados – ignoram a realidade das comunidades e os impactos da pandemia sobre o processo educacional.
Os relatos dos diretores afastados revelavam sobrecarga e adoecimento: submetidos a um curso integral de 1.770 horas, longe de suas escolas, muitos ficaram nas chamadas “salas brancas”, sem diálogo com suas comunidades. Estudantes manifestaram solidariedade, afirmando que o afastamento fragilizava a autoestima escolar.
Agora, com a retomada dos cargos, os gestores voltam a liderar suas equipes - e a comunidade comemora. O PSOL seguirá lutando para que a Prefeitura reconheça a autonomia pedagógica e interrompa intervenções arbitrárias.
Esta vitória judicial indica que a mobilização social e a atuação institucional ainda podem conter retrocessos e garantir que as escolas sejam ambientes democráticos, coletivos e atentos às especificidades de cada território. O PSOL reafirma o compromisso de defender a educação pública como direito e a gestão escolar como um projeto comunitário, não um instrumento de controle político.



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