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Frente Fulô: Bancada Feminista do PSOL cria rede de acolhimento e denúncia contra violência digital

  • imprensa5967
  • 31 de jul.
  • 2 min de leitura

A nova frente atua como canal institucional para mulheres vítimas de exposição indevida de imagens íntimas, reorganizando lutas feministas em território urbano

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Após receber denúncias gravíssimas de violência digital — especificamente envolvendo a disseminação não consentida de imagens íntimas de mulheres negras e periféricas em grupos online — a Bancada Feminista do PSOL lançou a Frente Fulô em meados de 2025. A rede atua como plataforma institucional de acolhimento e encaminhamento das vítimas, fortalecendo a luta contra o sexo‑repróprio tecnológico e a cultura do estupro digital.


A Frente Fulô recebe relatos de forma sigilosa, oferecendo apoio psicológico e orientação jurídica para mulheres que têm seus conteúdos íntimos vazados sem consentimento. Além disso, promove campanhas de conscientização e articula ações políticas para denunciar as plataformas digitais e instâncias de poder que permitem ou ignoram esse tipo de violência.


Segundo os relatos da própria Bancada Feminista, até movimentos populares do forró foram contaminados por redes misóginas que se organizaram para humilhar fisicamente as mulheres expostas — usando procedimentos para expor identidades, identidade de gênero e trazendo chantagens de caráter racista e transfóbico . Diante desse quadro, a Frente Fulô assume centralidade como instância de escuta pública para denúncias e resistência coletiva.


Há também ação concreta em curso: a denúncia foi encaminhada à Polícia Federal, que já admite apuração por indícios de organização criminosa. A mobilização pública e política convergiu com pressão sobre autoridades e exigência de responsabilização dos grupos que sistematicamente operam na impunidade.


Precisamente por agir com foco na interseccionalidade — mulheres negras, LGBTQIA+, periféricas — a Frente Fulô fortalece o cuidado necessário para que cada relato seja escutado sem revitimização. A iniciativa considera que a violência digital não é evento individual, mas expressão de um sistema patriarcal e racista, que instrumentaliza corpos e imagens femininas como estratégia de dominação simbólica.


O lançamento da Frente Fulô marca uma virada organizativa na atuação do PSOL: de ação parlamentar para espaço de recepção direta à população afetada. A frente não substitui o Estado, mas combina pressões legais, articulação municipal e potência simbólica para que o tema ganhe centralidade institucional.


Essa atuação ocorre paralelamente a lutas históricas da Bancada Feminista: contra o feminicídio, pela memória de Marielle Franco, por direitos das mulheres negras e pela ampliação de espaços seguros. A criação da Frente Fulô amplia essas frentes, enfrentando a nova vulnerabilidade urbana engendrada pelas plataformas digitais.


Com isso, a Bancada Feminista reafirma que resistir ao patriarcado também passa por denunciar o novo território de violência — a internet — e exigir políticas públicas que deem conta desse desafio moderno. A Frente Fulô representa uma inovação organizativa e ético-política essencial para enfrentar a cultura do estupro digital e proteger mulheres no presente e no futuro.

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