Gestão Nunes congela pagamentos após ano eleitoral de gastos recordes
- imprensa5967
- 21 de ago.
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Prefeitura de São Paulo reduz despesas e paralisa repasses, revelando uso eleitoral da máquina pública e deixando serviços essenciais em risco

A Prefeitura de São Paulo, sob comando de Ricardo Nunes (MDB), anunciou recentemente o congelamento de pagamentos e a redução de despesas em diversas áreas da administração municipal. A medida, que já impacta repasses e compromissos assumidos pela gestão, acendeu o alerta sobre a forma como a máquina pública foi utilizada no último ano eleitoral, quando os gastos da prefeitura bateram recordes.
Em 2024, ano de eleição municipal, a prefeitura gastou R$ 64 bilhões, o maior valor da história, com aumento de 22% em relação a 2023. Grande parte desses recursos foi direcionada a obras de visibilidade imediata, sobretudo em infraestrutura e recapeamento de ruas, que cresceram mais de 70% em um único ano. Agora, com a vitória garantida, a realidade é bem diferente: em 2025, a gestão anunciou um contingenciamento que pode atingir até R$ 4,8 bilhões, travando pagamentos a fornecedores e adiando projetos em andamento.
O congelamento evidencia não apenas má gestão, mas também o descompromisso com a população. Se no ano passado a prioridade era turbinar a imagem do prefeito com inaugurações e propagandas, em 2025 quem paga a conta é o cidadão comum — principalmente os mais pobres, que dependem diretamente da rede pública de saúde, educação e assistência social. Já há relatos de hospitais enfrentando falta de insumos básicos e atrasos em pagamentos de contratos de programas de atenção primária à saúde. Unidades de atendimento à criança e adolescente também registram suspensão de contratos com organizações parceiras, comprometendo atividades de reforço escolar e acolhimento social.
Além disso, a decisão expõe a falta de planejamento estrutural. Enquanto bilhões foram drenados para ações de curto prazo, quase 40% das secretarias já reportam dificuldades de manter serviços básicos diante do bloqueio orçamentário, incluindo atrasos na merenda escolar e no transporte de estudantes da rede municipal.
As denúncias sobre o congelamento já motivam críticas de parlamentares e especialistas em finanças públicas, que apontam para um cenário preocupante de irresponsabilidade fiscal atrelada a conveniências políticas. A pergunta que fica é: até quando a cidade será governada conforme os interesses de um projeto eleitoral, e não a partir das necessidades reais da população paulistana?



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