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Nunes força instalação de incinerador em Perus, com impacto para a população da região e comunidade indígena

  • imprensa5967
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

Comunidade teme impactos ambientais e ameaça a terras indígenas com projeto de alto risco em área de preservação da zona norte de São Paulo


Foto: Divulgação/Loga
Foto: Divulgação/Loga

Moradores de Perus, na zona norte de São Paulo, têm se mobilizado contra a tentativa da Prefeitura, sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB), de instalar um incinerador de lixo no antigo Aterro Bandeirantes. O projeto, batizado de Unidade de Recuperação Energética (URE) Bandeirantes, ainda está em fase de análise pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), mas já causa forte reação popular.


Apresentada pela gestão municipal como uma alternativa “sustentável” para o tratamento de resíduos, a proposta tem sido vista com desconfiança pela população local e por ambientalistas. A área escolhida abriga remanescentes de Mata Atlântica e fica próxima da Terra Indígena Jaraguá, onde vivem famílias Guarani Mbya. O temor é que a operação de um incinerador nesse território provoque contaminação do ar e do solo, além de impactos diretos à saúde da população.


Além da localização crítica, o projeto enfrenta outro problema: o terreno do antigo aterro ainda acumula biogás metano, resultado da decomposição do lixo depositado por décadas. Especialistas apontam que isso aumenta o risco de explosões e de emissão de substâncias tóxicas, como dioxinas e metais pesados, caso o incinerador venha a operar.


Moradores também denunciam a falta de transparência e participação popular no processo. A Prefeitura não realizou audiências públicas amplas sobre o tema e avançou com o licenciamento sem consultar diretamente as comunidades afetadas. “Estão decidindo sobre o nosso território sem ouvir ninguém”, criticou uma das lideranças locais.


As organizações ambientais destacam que a proposta de Nunes caminha na contramão de políticas modernas de gestão de resíduos, baseadas na redução, reciclagem e compostagem — e não na queima de lixo. Além disso, lembram que Perus é um bairro historicamente afetado por injustiças ambientais e já conviveu com o passivo do antigo Aterro Bandeirantes, fechado em 2007.


Enquanto a Prefeitura defende o projeto como parte de um “planejamento de valorização de resíduos”, a CETESB afirma que o licenciamento ainda está em análise e nenhuma licença foi concedida. Para os moradores, o que está em curso é mais uma tentativa de impor um empreendimento de alto impacto ambiental em uma das regiões mais vulneráveis da cidade, transformando novamente Perus no quintal do lixo de São Paulo.

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