Prefeitura de SP censura a Flipei após apoio à causa palestina, mas evento resiste
- imprensa5967
- 7 de ago.
- 2 min de leitura
Festa Literária Pirata é retirada da Praça das Artes pela gestão Nunes com justificativa ideológica; resistência reestrutura evento em espaços populares e anticoloniais

A Prefeitura de Ricardo Nunes cancelou, de forma abrupta, o contrato que permitia a realização da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes – a Flipei na Praça das Artes, espaço da Fundação Theatro Municipal. O ato foi interpretado pelos organizadores como censura ideológica: o local seria palco de debates sobre a Palestina com nomes como o historiador Ilan Pappé e o ativista Thiago Ávila, cuja presença suscitou desconforto político marcado pela tentativa de “neutralizar” o evento.
A prefeitura justificou a medida com base no princípio da “impessoalidade”, classificando a programação como de cunho político-ideológico. Para a Flipei, entretanto, houve evidente quebra de contrato — faltou aviso prévio regulamentar de 15 dias —, prejudicando estruturação, mobilização e economia solidária engajadas pelo evento.
Em resposta, a Flipei reorganizou sua programação, transformando a resistência em ato de afirmação cultural: a edição 2025 foi remontada em espaços simbólicos de luta e memória em São Paulo, como o Galpão Cultural Elza Soares, Casa Luiz Gama, Jardim Pepe Mujica, Café Colombiano e o bar Sol y Sombra. Os debates desafiaram a tentativa de poda ideológica, com o público e convidados afirmando o evento como espaço de livre pensamento e solidariedade internacional à Palestina.
A Flipei acontece desde 2018 com foco em publicações independentes, editorial e artístico-cultural. Sua força está na programação aberta e gratuita, com mais de 180 participantes, debates, lançamentos, mesas interseccionais, shows e atividades infantis.
A cultura não pode se curvar ao autoritarismo, nem ser silenciada pela gestão pública. Especialmente quando essa cultura se posiciona contra o genocídio em curso contra o povo Palestino. A Flipei prova que resistência se faz com solidariedade, mobilização e leitura crítica da cidade. Nossa liberdade de pensar e lutar — e de debater horizontes anticoloniais — não se submete à “neutralidade administrativa”. Liberdade cultural é disputa, e nossa defesa continua firme. Palestina Livre! Viva a Flipei!



Comentários