#30 | Newsletter do PSOL de São Paulo

Newsletter do PSOL | 30ª Edição 

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Boa leitura!

Boulos Ministro: o PSOL e os movimentos sociais na articulação entre povo e governo

Na última semana, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo fundamental para um avanço popular e à esquerda do Governo Federal: realizou a indicação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como novo ministro da Secretaria-Geral da República, ministério responsável pela relação do governo com a sociedade civil e os movimentos sociais. A liderança psolista substitui Márcio Macêdo (PT), que ocupava o cargo desde o início desta legislatura. 

Com mais de 20 anos na liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na luta de base alicerçada nas periferias, antes de entrar na institucionalidade e ser o deputado federal de esquerda mais votado no Brasil (com mais de 1 milhão de votos em São Paulo nas eleições de 2022), Boulos é um dos maiores quadros da nova esquerda na América Latina, e sua indicação ao ministério representa uma oportunidade histórica de fortalecer e aprofundar a relação dos movimentos sociais com um governo progressista, colocando o povo brasileiro no centro das decisões políticas, com foco em entregas reais de demandas populares.

Leia na íntegra aqui.

60% das habitações populares financiadas por bancos são para investidores, revela CPI das HIS

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Habitações de Interesse Social (HIS) da Câmara Municipal de São Paulo revelou um dado escandaloso: 60% das unidades habitacionais financiadas pelos bancos Itaú e Bradesco entre 2021 e 2025 foram adquiridas por investidores, e não por famílias de baixa renda. Os números, fornecidos pelos próprios bancos à CPI, apontam um desvio da função social dessas políticas e reforçam denúncias de especulação imobiliária com subsídio público.

De acordo com os dados apresentados, o Itaú financiou 1.833 unidades para pessoas físicas, sendo 1.105 destinadas a investidores e apenas 728 para famílias com intenção real de moradia. Já o Bradesco também admitiu distorções em sua carteira, com financiamentos para imóveis de interesse social que acabaram concentrados nas mãos de pessoas jurídicas e de compradores com múltiplos imóveis, contrariando o objetivo do programa.

Entenda esse escândalo aqui.

São Paulo tem aumento nos roubos de celulares; um aparelho é levado a cada dois minutos

A cidade de São Paulo registrou 124.377 roubos e furtos de celular entre janeiro e agosto de 2025, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP). O número representa uma média de 511 crimes por dia, o equivalente a um celular roubado ou furtado a cada dois minutos. Em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 122.186 casos, o aumento foi de 1,8%.

Os dados reforçam a percepção de que a segurança pública segue em crise sob a gestão de Ricardo Nunes (MDB). Enquanto o prefeito gasta milhões em publicidade e contratos com tecnologia de vigilância de baixa efetividade, como o Smart Sampa, a violência cotidiana continua crescendo, especialmente em regiões com alta circulação de trabalhadores e estudantes.

Entenda a situação da insegurança na cidade aqui.

Alesp aprova extinção da Furp, marco da produção pública de remédios em SP

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, por 8 votos a 3, o parecer favorável ao Projeto de Lei Complementar nº 49/2025, que determina a extinção da Fundação para o Remédio Popular (Furp) — fundação pública responsável pela fabricação de medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo. O projeto foi apresentado pelo governo de Tarcísio de Freitas.

A proposta prevê que suas atividades, contratos, bens e parte dos servidores sejam incorporados pelo Instituto Butantan. Segundo o texto do projeto, a incorporação teria como objetivo "otimizar recursos" e "gerar novos resultados". A Furp é considerada o maior laboratório público de medicamentos da América Latina e vinha atendendo programas como o Dose Certa e a Farmácia Popular. A produção anual chegou a 2,5 bilhões de unidades em anos anteriores, segundo trabalhadores da fundação. A atual justificativa do governo menciona “queda de receitas, falta de diversificação e déficits contínuos”, o que contrasta com o sucateamento que a Fundação já vinha sofrendo nos últimos anos, operando com apenas 500 funcionários em um turno.

Veja o que está em jogo aqui.

Nunes anuncia desapropriação de cinco quarteirões na Zona Sul para retomar projeto urbano de 1968

A Prefeitura de São Paulo, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), apresentou um plano de desapropriação que envolve cinco quarteirões da Vila Olímpia, na zona sul da capital. O objetivo é retomar um projeto urbano iniciado em 1968, segundo as informações divulgadas pela própria administração municipal.

A ação municipal prevê que ao menos 100 imóveis localizados em vias como Rua Olimpíadas e Rua Manoel da Nóbrega sejam desapropriados. A justificativa oficial é a implantação de um “novo desenho urbano” (de quase 60 anos atrás). Moradores e proprietários das construções afetadas expressam preocupações com os critérios de indenização, os prazos de desocupação e a transparência sobre o destino dos terrenos após o processo. Parte dos imóveis são residenciais ou abrigam pequenos negócios que operam no local há décadas.

Saiba mais sobre esse absurdo aqui.

Cultura | “São Paulo Negra”: livro resgata as memórias e trajetórias da população preta na maior cidade do país

A história de São Paulo, quase sempre narrada a partir de uma perspectiva branca e elitizada, ganha novas camadas de significado com o livro São Paulo Negra. Lançado neste mês de outubro pela plataforma afroturista Guia Negro, a obra reúne 25 autores que contam a cidade sob o olhar da população negra, revelando lugares, personagens, memórias, cultura e movimentos que ajudaram a moldar uma das maiores metrópoles do mundo.

Organizado por Guilherme Soares Dias — jornalista, guia de turismo e fundador da Guia Negro — o projeto tem como propósito valorizar o protagonismo e a presença preta na cidade. E não por acaso: São Paulo é a cidade com mais pessoas negras fora da África em números absolutos. Dos 11,4 milhões de habitantes, cerca de 43% se declaram pretos ou pardos, o que representa 4,9 milhões de pessoas. Ainda assim, a presença negra segue pouco retratada nas narrativas oficiais sobre a capital.

Mais informações sobre a obra aqui.